{"id":8837,"date":"2025-04-22T02:00:42","date_gmt":"2025-04-22T05:00:42","guid":{"rendered":"https:\/\/ioda.org.br\/?p=8837"},"modified":"2025-04-22T02:07:16","modified_gmt":"2025-04-22T05:07:16","slug":"dia-mundial-do-livro-e-do-direito-do-autor","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/ioda.org.br\/publicacoes\/noticias\/dia-mundial-do-livro-e-do-direito-do-autor\/","title":{"rendered":"Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor."},"content":{"rendered":"

Celebrado em 23 de abril, o Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor \u00e9 uma data proclamada pela UNESCO<\/strong><\/a> com o prop\u00f3sito de homenagear os livros e autores, promovendo o acesso \u00e0 leitura, \u00e0 cultura e ao conhecimento como pilares essenciais para o desenvolvimento humano e a constru\u00e7\u00e3o da paz.<\/p>\n

Em uma era marcada pela digitaliza\u00e7\u00e3o e pela ascens\u00e3o da Intelig\u00eancia Artificial Generativa (IAG)<\/strong><\/a>, esta celebra\u00e7\u00e3o \u00e9 um convite para uma reflex\u00e3o profunda sobre os novos desafios que se imp\u00f5em \u00e0 criatividade humana, sobre uma adequada prote\u00e7\u00e3o dos direitos autorais e sobre a valoriza\u00e7\u00e3o da diversidade cultural.<\/p>\n

Ao mesmo tempo em que o IAG amplia as possibilidades de cria\u00e7\u00e3o, tamb\u00e9m reconfigura os modos de produ\u00e7\u00e3o intelectual e levanta quest\u00f5es cruciais sobre autoria, originalidade e \u00e9tica.<\/p>\n

Diante desse cen\u00e1rio, torna-se urgente compensar o papel dos direitos autorais n\u00e3o apenas como instrumentos de prote\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica, mas como ferramentas de reconhecimento, inclus\u00e3o e justi\u00e7a cultural.<\/p>\n

Inspirado nos princ\u00edpios da UNESCO, este artigo prop\u00f5e um di\u00e1logo entre a inova\u00e7\u00e3o tecnol\u00f3gica e os valores universais que sustentam o direito \u00e0 cultura, destacando a import\u00e2ncia de preservar a criatividade e a pluralidade das express\u00f5es humanas em um mundo cada vez mais mediadas por algoritmos.<\/p>\n

\"UNESCO\"<\/p>\n

Criatividade, Diversidade e Direitos Autorais na Era da Intelig\u00eancia Artificial Generativa: um di\u00e1logo com os princ\u00edpios da UNESCO<\/strong><\/p>\n

A emerg\u00eancia da Intelig\u00eancia Artificial Generativa (IAG) representa uma transforma\u00e7\u00e3o profunda nas formas de cria\u00e7\u00e3o, circula\u00e7\u00e3o e acesso ao conhecimento. Em paralelo, cresce a necessidade de valorizar a criatividade humana e preservar a diversidade cultural, elementos essenciais para a forma\u00e7\u00e3o de identidades e para a promo\u00e7\u00e3o da justi\u00e7a social e cultural.<\/p>\n

A UNESCO, ao promover os direitos autorais, a leitura e os livros, oferece um arcabou\u00e7o fundamental para compreender o papel da cultura e da informa\u00e7\u00e3o em um mundo cada vez mais mediado por tecnologias emergentes.<\/p>\n

A Centralidade da Criatividade Humana e da Diversidade Cultural<\/strong><\/p>\n

A criatividade humana \u00e9 um bem imaterial coletivo, express\u00e3o das experi\u00eancias, hist\u00f3rias e saberes de diferentes comunidades. A diversidade cultural, por sua vez, \u00e9 o resultado da multiplicidade de formas pelas quais os grupos humanos se expressam, criam e compartilham seus valores. Nesse sentido, proteger a criatividade e a diversidade significa garantir a pluralidade de vozes, narrativas e perspectivas que enriquecem a experi\u00eancia humana.<\/p>\n

A UNESCO, por meio de sua Rede de Cidades Criativas da Literatura, de suas iniciativas de promo\u00e7\u00e3o da alfabetiza\u00e7\u00e3o e do acesso aberto ao conhecimento, defende que os livros e os direitos autorais s\u00e3o ferramentas poderosas para assegurar o reconhecimento e a sustenta\u00e7\u00e3o da diversidade cultural.<\/p>\n

\"\"<\/p>\n

O Valor Simb\u00f3lico e Cognitivo do Livro<\/strong><\/p>\n

Em 1995, a UNESCO proclamou o dia 23 de abril como o Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais, com o objetivo de homenagear os livros e os autores em todo o mundo, incentivando o h\u00e1bito da leitura nas crian\u00e7as e o acesso aos livros para todas as pessoas. A escolha da data n\u00e3o foi por acaso: em 23 de abril faleceram importantes nomes da literatura mundial, como William Shakespeare<\/strong><\/a>, Miguel de Cervantes<\/strong><\/a> e Inca Garcilaso de la Vega<\/strong><\/a>, o que confere \u00e0 data um forte simbolismo cultural.<\/p>\n

Assim, comemorar o dia 23 de abril \u00e9 tamb\u00e9m um convite \u00e0 reflex\u00e3o sobre o valor da leitura e o papel dos autores como formadores de consci\u00eancia e cultura.<\/p>\n

A UNESCO descreve o livro como \u201cuma das mais belas inven\u00e7\u00f5es para compartilhar ideias\u201d, reconhecendo-o como um poderoso instrumento na luta contra a pobreza e na constru\u00e7\u00e3o de uma paz duradoura.<\/p>\n

De fato, os livros t\u00eam o poder de nos transportar no tempo e no espa\u00e7o, permitindo o encontro com personagens hist\u00f3ricos ou imagin\u00e1rios, de diversas \u00e9pocas. Mais do que isso, oferecem conhecimento, mas tamb\u00e9m despertam a imagina\u00e7\u00e3o e promovem o pensamento cr\u00edtico.<\/p>\n

Embora se divulguem nas redes sociais muitos benef\u00edcios da leitura \u2014 como enriquecer o vocabul\u00e1rio, melhorar a ortografia ou ampliar a cultura geral \u2014 h\u00e1 um aspecto essencial que muitas vezes passa despercebido: est\u00e1 cientificamente comprovado que o ato de ler desenvolve conex\u00f5es cerebrais mais amplas, complexas e profundas. Ou seja, quem l\u00ea exercita o c\u00e9rebro de maneira \u00fanica, fortalecendo sua capacidade cognitiva, sua empatia e sua criatividade.<\/p>\n

\"Imagem<\/p>\n

A Intelig\u00eancia Artificial Generativa (IAG) e a reconfigura\u00e7\u00e3o da Cria\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n

A IAG se baseia em modelos algor\u00edtmicos treinados com grandes volumes de dados, muitos deles extra\u00eddos de obras protegidas por direitos autorais. Essa tecnologia \u00e9 capaz de gerar textos, imagens, m\u00fasicas e outras formas de express\u00e3o, simulando o processo criativo humano. No entanto, levanta quest\u00f5es sobre a originalidade e autoria dessas cria\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, h\u00e1 o risco de que os modelos de IA reproduzam vieses e promovam uma homogeneiza\u00e7\u00e3o est\u00e9tica, apagando express\u00f5es culturais marginalizadas. O uso de dados culturais para alimentar algoritmos sem consentimento ou remunera\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m suscita preocupa\u00e7\u00f5es \u00e9ticas e jur\u00eddicas.<\/p>\n

Os Direitos Autorais, Acesso ao Conhecimento e Justi\u00e7a Cultural<\/strong><\/p>\n

Os direitos autorais t\u00eam por finalidade reconhecer e valorizar a cria\u00e7\u00e3o intelectual, garantindo ao autor o controle sobre o uso de sua obra.<\/p>\n

Ao mesmo tempo, em que o sistema estabelecido pela Conven\u00e7\u00e3o de Berna<\/strong><\/a> (1886) deveria por meio de suas atualiza\u00e7\u00f5es e com o auxilio dos estudos da Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Propriedade Intelectual<\/strong><\/a> (OMPI) equilibrar esse direito com o interesse p\u00fablico no acesso ao conhecimento. Esse equil\u00edbrio \u00e9 central para a promo\u00e7\u00e3o da justi\u00e7a cultural, sobretudo em pa\u00edses em desenvolvimento.<\/p>\n

A UNESCO tem desempenhado um papel important\u00edsso, atuando nesse ponto para insentivar e promover o acesso aberto ao conhecimento cient\u00edfico e educacional, incentivando modelos mais inclusivos de distribui\u00e7\u00e3o do saber. Ao proteger os autores e estimular a circula\u00e7\u00e3o de suas obras, busca-se assegurar que a cultura seja um direito e n\u00e3o um privil\u00e9gio.<\/p>\n

O Papel das Institui\u00e7\u00f5es e da Sociedade na Regula\u00e7\u00e3o \u00c9tica da IAG<\/strong><\/p>\n

O desenvolvimento da IAG exige regula\u00e7\u00e3o adequada que considere n\u00e3o apenas os aspectos t\u00e9cnicos e econ\u00f4micos, mas tamb\u00e9m os impactos sociais e culturais.<\/p>\n

Quer-se com isso significar que, \u00e9 urgente o envolvimento de todos os atores relevantes: governos, universidades, empresas, autores, bibliotec\u00e1rios, professores, editoras e organiza\u00e7\u00f5es da sociedade civil.<\/p>\n

Regula\u00e7\u00f5es nacionais e internacionais devem estabelecer par\u00e2metros claros para o uso de obras protegidas em treinamento de IA, definir respons\u00e1veis legais por conte\u00fados gerados e assegurar que os titulares de direitos sejam devidamente reconhecidos e remunerados. Isso deve ser feito em sintonia com os princ\u00edpios de direitos humanos e liberdade de express\u00e3o.<\/p>\n

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Reflex\u00f5es necess\u00e1ria para valoriza\u00e7\u00e3o do autor e da criatividade humana<\/strong><\/p>\n

A intelig\u00eancia artificial generativa n\u00e3o deve ser vista como uma substituta da criatividade humana, mas como uma ferramenta que, se bem regulada, pode colaborar com processos criativos e ampliar o acesso \u00e0 cultura.<\/p>\n

Para isso, \u00e9 fundamental garantir que os direitos autorais continuem valorizando os criadores e respeitando a diversidade cultural.<\/p>\n

O desafio \u00e9 construir um ecossistema digital que reconhe\u00e7a e celebre a complexidade das express\u00f5es humanas, no qual a tecnologia atue como aliada da democracia cultural e n\u00e3o como instrumento de homogeneiza\u00e7\u00e3o ou apropria\u00e7\u00e3o indevida.<\/p>\n

Neste cen\u00e1rio, o papel da UNESCO, dos juristas, das institui\u00e7\u00f5es culturais e de todos os profissionais da \u00e1rea \u00e9 decisivo para orientar os caminhos da regula\u00e7\u00e3o e da educa\u00e7\u00e3o digital no s\u00e9culo XXI.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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