{"id":4551,"date":"2021-12-11T13:15:26","date_gmt":"2021-12-11T16:15:26","guid":{"rendered":"https:\/\/data.ioda.org.br\/?p=4551"},"modified":"2024-11-26T11:08:12","modified_gmt":"2024-11-26T14:08:12","slug":"propriedade-intelectual-uso-de-software-e-dominio-eletronico-sem-licenca","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/data.ioda.org.br\/publicacoes\/jurisprudencia-brasileira\/propriedade-intelectual-uso-de-software-e-dominio-eletronico-sem-licenca\/","title":{"rendered":"Propriedade Intelectual. Uso de Software e Dom\u00ednio Eletr\u00f4nico sem licen\u00e7a."},"content":{"rendered":"

Apela\u00e7\u00e3o n\u00ba: 1051055-37.2018.8.26.0100
\nComarca: S\u00e3o Paulo
\nApelante: Gap Networks Tecnologia em Sistemas de Informa\u00e7\u00e3o
\nLtda. – GAP
\nApelado: Sony Mobile Communications do Brasil Ltda.
\nJuiz sentenciante: Ana Luiza Madeiro Diogo Cruz
\nVOTO N\u00ba: 23594<\/p>\n

OBRIGA\u00c7\u00c3O DE N\u00c3O FAZER C\/C LUCROSCESSANTES E INDENIZA\u00c7\u00c3O POR DANOSMATERIAIS E MORAIS. PROPRIEDADE INTELECTUAL. USO DE SOFTWARE E DOM\u00cdNIOELETR\u00d4NICO SEM LICEN\u00c7A. Insurg\u00eancia da empresa de tecnologia autora contra senten\u00e7a de improced\u00eancia. Manuten\u00e7\u00e3o. Raz\u00f5es recursais que se limitaram aos pedidos referentes ao indevido uso de dom\u00ednio e pirataria do software. Dom\u00ednio. Inadmissibilidade da pretens\u00e3o de vedar a utiliza\u00e7\u00e3o de dom\u00ednio com nome da empresa que era a sua cliente. Decis\u00e3o anterior que j\u00e1 havia reconhecido abuso de direito somada \u00e0 expressa cl\u00e1usula contratual de transfer\u00eancia. Software. Aus\u00eancia, ademais, de prova de ofensa ao direito de propriedade intelectual da autora. Documentos que demonstram tentativas de cancelamento de registro anterior e per\u00edodo de transi\u00e7\u00e3o ap\u00f3s o encerramento do contrato, com reflexos naturais no faturamento da autora. Recurso n\u00e3o provido.<\/p>\n

Agora para veja a integra do Ac\u00f3rd\u00e3o para ter melhor compreens\u00e3o sobre a analise do contexto jur\u00eddico da vexata questio.<\/em><\/strong><\/p>\n

Contexto da A\u00e7\u00e3o<\/h3>\n

A Apela\u00e7\u00e3o n\u00ba 1051055-37.2018.8.26.0100<\/strong> trata de uma a\u00e7\u00e3o ajuizada pela empresa Gap Networks Tecnologia em Sistemas de Informa\u00e7\u00e3o Ltda.<\/strong> (GAP) contra Sony Mobile Communications do Brasil Ltda.<\/strong>, com base em obriga\u00e7\u00e3o de n\u00e3o fazer<\/strong>, lucros cessantes<\/strong> e indeniza\u00e7\u00e3o por danos materiais e morais<\/strong>, relacionada \u00e0 viola\u00e7\u00e3o de direitos de propriedade intelectual, especificamente quanto ao uso de software<\/strong> e dom\u00ednio eletr\u00f4nico<\/strong> sem licen\u00e7a.<\/p>\n

A autora, GAP, alegava que a Sony estava utilizando indevidamente seu dom\u00ednio eletr\u00f4nico e software, sem a devida autoriza\u00e7\u00e3o. A empresa autora buscava, al\u00e9m da cessa\u00e7\u00e3o do uso do dom\u00ednio, a repara\u00e7\u00e3o por eventuais danos causados pela viola\u00e7\u00e3o de seus direitos de propriedade intelectual.<\/p>\n

Argumentos da Parte Apelante<\/h3>\n

A GAP<\/strong> apelou da senten\u00e7a de improced\u00eancia, alegando que a Sony<\/strong> havia violado seus direitos ao utilizar o dom\u00ednio eletr\u00f4nico<\/strong> e software<\/strong> sem licen\u00e7a. No que diz respeito ao dom\u00ednio eletr\u00f4nico<\/strong>, a GAP sustentava que a Sony estava utilizando um dom\u00ednio com nome semelhante ao da autora, causando confus\u00e3o e preju\u00edzos. No que se refere ao software<\/strong>, a autora alegava que a Sony estava utilizando seu software sem a devida licen\u00e7a, configurando pirataria.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, a GAP pleiteava indeniza\u00e7\u00e3o por danos materiais e morais, alegando que a utiliza\u00e7\u00e3o indevida de seu dom\u00ednio e software tinha reflexos no seu faturamento e em sua imagem no mercado.<\/p>\n

An\u00e1lise do contexto jur\u00eddico subjacente na decis\u00e3o prolatada na Apela\u00e7\u00e3o.<\/h3>\n

A vexata questio aborda tr\u00eas perspectivas jur\u00eddicas relacioadas ao abuso de direito, a utiliza\u00e7\u00e3o do software e a mensura\u00e7\u00e3o de lucros cessantes, que podem assim ser esquematizadas:<\/p>\n

    \n
  1. Dom\u00ednio Eletr\u00f4nico:<\/strong> O Tribunal de Justi\u00e7a manteve a senten\u00e7a de improced\u00eancia, entendendo que n\u00e3o havia fundamento legal para a pretens\u00e3o da autora de vedar a utiliza\u00e7\u00e3o do dom\u00ednio eletr\u00f4nico<\/strong> pela Sony, que continha o nome da empresa autora como cliente. A decis\u00e3o foi fundamentada no fato de que a utiliza\u00e7\u00e3o do dom\u00ednio estava de acordo com o contrato celebrado entre as partes, que j\u00e1 havia previsto a transfer\u00eancia<\/strong> do dom\u00ednio para a Sony. A alega\u00e7\u00e3o de abuso de direito<\/strong> foi rejeitada, visto que a utiliza\u00e7\u00e3o do dom\u00ednio se dava de forma legal, conforme o que estava estipulado contratualmente.<\/li>\n
  2. Software:<\/strong> Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o do software<\/strong>, o Tribunal tamb\u00e9m manteve a senten\u00e7a, entendendo que n\u00e3o havia provas suficientes para demonstrar a ofensa aos direitos de propriedade intelectual<\/strong> da autora. A autora n\u00e3o conseguiu comprovar que a Sony havia utilizado seu software sem a devida licen\u00e7a. Al\u00e9m disso, foram apresentados documentos que demonstraram tentativas de cancelamento do registro<\/strong> do software e per\u00edodo de transi\u00e7\u00e3o<\/strong> ap\u00f3s o encerramento do contrato, o que mitigava a alega\u00e7\u00e3o de pirataria.<\/li>\n
  3. Lucros Cessantes e Indeniza\u00e7\u00e3o por Danos Materiais e Morais:<\/strong> A autora tamb\u00e9m pleiteava lucros cessantes<\/strong> e indeniza\u00e7\u00e3o por danos materiais e morais<\/strong>, mas o Tribunal entendeu que n\u00e3o havia elementos suficientes para comprovar o preju\u00edzo financeiro efetivo causado pela utiliza\u00e7\u00e3o do dom\u00ednio e software pela Sony. A senten\u00e7a foi mantida nesse ponto, pois a autora n\u00e3o conseguiu apresentar provas robustas de que a utiliza\u00e7\u00e3o indevida dos bens intelectuais causou danos materiais ou morais significativos.<\/li>\n<\/ol>\n

    Conclus\u00e3o<\/h3>\n

    A decis\u00e3o do Tribunal foi no sentido de manter a senten\u00e7a de improced\u00eancia<\/strong>, j\u00e1 que as alega\u00e7\u00f5es da autora n\u00e3o foram suficientemente comprovadas, tanto em rela\u00e7\u00e3o ao uso do dom\u00ednio eletr\u00f4nico<\/strong> quanto ao uso do software<\/strong>. A senten\u00e7a foi fundamentada na inexist\u00eancia de provas robustas sobre o abuso de direito e a utiliza\u00e7\u00e3o indevida do software, al\u00e9m de considerar a transfer\u00eancia contratual<\/strong> do dom\u00ednio eletr\u00f4nico.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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