Cons\u00f3rcios internacionais<\/span><\/h2>\nA <\/span>cria\u00e7\u00e3o de alian\u00e7as<\/b> \u2013 muitas vezes na forma de <\/span>cons\u00f3rcio<\/b>s \u2013 <\/span>entre universidades, centros de pesquisa, parques cient\u00edficos e tecnol\u00f3gicos e empresas privadas<\/b> (geralmente do setor produtivo), t\u00eam se tornado cada vez mais comuns e impulsionado o mercado mundial.<\/span><\/p>\nPor conta disso,<\/span> diversas iniciativas mundiais t\u00eam encorajado a cria\u00e7\u00e3o de cons\u00f3rcios internacionais<\/b>. As motiva\u00e7\u00f5es por tr\u00e1s de tal impulso s\u00e3o variadas, mas provavelmente relacionadas aos <\/span>muitos benef\u00edcios proporcionados pelos cons\u00f3rcios<\/b>. Essa forma de associa\u00e7\u00e3o <\/span>tamb\u00e9m oferece diferentes oportunidades em situa\u00e7\u00f5es internacionais<\/b>, tanto para as empresas p\u00fablicas ou privadas, quanto para o resultado final do projeto articulado.<\/span><\/p>\nBenef\u00edcios dos Cons\u00f3rcios<\/span><\/h2>\nPor meios dos cons\u00f3rcios internacionais, <\/span>come\u00e7ar um grande projeto tornou-se uma tarefa relativamente mais simples e flex\u00edvel<\/b>. Somado a isso, <\/span>a transfer\u00eancia de tecnologias entre as empresas<\/b> do cons\u00f3rcio \u00e9 muito mais f\u00e1cil, assim como <\/span>o aproveitamento dos pontos fortes e especializa\u00e7\u00f5es<\/b> dos membros do grupo.<\/span><\/p>\nDa mesma forma, <\/span>o compartilhamento de recursos e conhecimentos, assim como a experi\u00eancia internacional<\/b> vivenciada pelas equipes, <\/span>ampliam o acesso a novas oportunidades de financiamento<\/b>, sendo elas tanto propostas p\u00fablicas quanto privadas<\/span><\/p>\nAl\u00e9m disso, por ser uma iniciativa internacional, <\/span>torna-se muito mais f\u00e1cil para o cons\u00f3rcio competir no mercado mundial<\/b>. Ao <\/span>aumentar a visibilidade da divulga\u00e7\u00e3o dos resultados inovadores ou das pesquisas realizadas<\/b> pelos participantes, <\/span>os cons\u00f3rcios favorecem tamb\u00e9m a chegada de novo<\/b>s produtos, servi\u00e7os e conhecimentos aos pa\u00edses de origem<\/b> dos membros da associa\u00e7\u00e3o.<\/span><\/p>\nOs benef\u00edcios dos cons\u00f3rcios s\u00e3o muitos e ineg\u00e1veis<\/b>. No entanto, para al\u00e9m das vantagens, <\/span>muitos obst\u00e1culos se fazem presentes at\u00e9 que a realiza\u00e7\u00e3o do cons\u00f3rcio seja efetivada<\/b>, principalmente por se tratarem de <\/span>contratos firmados em pa\u00edses diferente<\/b>s.<\/span><\/p>\nDesafios na cria\u00e7\u00e3o de Cons\u00f3rcios Internacionais<\/span><\/h2>\nUm dos primeiros e mais importantes obst\u00e1culos aos cons\u00f3rcios internacionais <\/span>\u00e9 a incerteza quanto \u00e0s empresas que far\u00e3o parte do contrato<\/b>. \u00c9 importante que se fa\u00e7a um estudo das futuras empresas parceiras, <\/span>especialmente no quesito experi\u00eancia pr\u00e9via em contratos internacionais<\/b>. Essa sele\u00e7\u00e3o, baseada em <\/span>compet\u00eancia e confian\u00e7a<\/b>, trar\u00e1 parceiros mais apropriados para o cons\u00f3rcio.<\/span><\/p>\nConflitos relacionados a diferen\u00e7as lingu\u00edsticas<\/b> tamb\u00e9m s\u00e3o comuns de acontecer em cons\u00f3rcios internacionais, mesmo que <\/span>em muitos casos se utilize o Ingl\u00eas como l\u00edngua de refer\u00eancia<\/b>. Somado a isso, h\u00e1 tamb\u00e9m <\/span>diferen\u00e7as culturais<\/b> que podem ocasionar empasses quanto \u00e0 gest\u00e3o ou \u00e0s atividades empresariais. Dessa forma, <\/span>diversas precau\u00e7\u00f5es devem ser tomadas desde a fase de negocia\u00e7\u00e3o pr\u00e9-contratual<\/b>.\u00a0<\/span><\/p>\nComo tentativa de diminuir esses conflitos, <\/span>antes de firmarem o contrato<\/b>, as <\/span>empresas consorciadas devem concordar em alguns pontos<\/b> como a gest\u00e3o e a <\/span>tomada de decis\u00f5es dentro do cons\u00f3rcio<\/b>; o<\/span> regime de responsabilidade<\/b> \u2013 ou os direitos e deveres dos membros do cons\u00f3rcio \u2013; e a maneira com que os <\/span>resultados do projeto ser\u00e3o geridos e explorados<\/b>. \u00c9 importante tamb\u00e9m que os membros do cons\u00f3rcio se atentem para as <\/span>incertezas provocadas pelas diferentes legisla\u00e7\u00f5es<\/b>, tanto as <\/span>leis internacionais<\/b> como as dos pr\u00f3prios pa\u00edses de origem das empresas consorciadas.<\/span><\/p>\nPortanto, dada <\/span>as complexidades de se firmar um contrato de cons\u00f3rcio internacional<\/b>, os cuidados e a aten\u00e7\u00e3o direcionada ao acordo devem ser levados em considera\u00e7\u00e3o por seus participantes nas diferentes fases de <\/span>negocia\u00e7\u00e3o, execu\u00e7\u00e3o e monitoramento<\/b>.<\/span><\/p>\nContratos de Cons\u00f3rcio<\/span><\/h2>\nGuillermo Palao Moreno explica que o contrato de cons\u00f3rcio n\u00e3o \u00e9 visto com frequ\u00eancia no direito espanhol<\/b> e que, por n\u00e3o ter um regulamento pr\u00f3prio, muitas vezes \u00e9 <\/span>complementado ao longo do processo, aumentando o grau de complexidade<\/b> desse tipo de associa\u00e7\u00e3o.<\/span><\/p>\nOs contratos de cons\u00f3rcio s\u00e3o dos mais variados, podendo ser <\/span>simples \u2013 como contratos de licen\u00e7a ou franquias<\/b> \u2013 ou <\/span>complexos \u2013 como os contratos associativos de empresas que transferem, compartilham ou geram conhecimentos<\/b>. Nos casos internacionais, as op\u00e7\u00f5es de contrato mais frequentes s\u00e3o <\/span>a cria\u00e7\u00e3o de cons\u00f3rcios<\/b> ou de <\/span>acordos joint venture<\/b>.<\/span><\/p>\nAssim como o cons\u00f3rcio, um <\/span>joint venture \u00e9 um acordo comercial<\/b> onde empresas que desejam expandir seus neg\u00f3cios, ou realizar atividades em conjunto com outras empresas, <\/span>se associam visando o aumento de lucro ou a redu\u00e7\u00e3o dos custos<\/b> para a concretiza\u00e7\u00e3o do projeto. No entanto, <\/span>\u00e9 importante diferenciar os contratos que nasceram por meio de uma licita\u00e7\u00e3o ou de uma convoca\u00e7\u00e3o p\u00fablica internacional, dos contratos realizados por meio de incentivos privados<\/b>.\u00a0<\/span><\/p>\nOs cons\u00f3rcios financiados por <\/span>entidades privadas podem ter mais liberdade de a\u00e7\u00e3o do que os financiados por \u00f3rg\u00e3os p\u00fablicos<\/b>. Neste caso, <\/span>as entidades p\u00fablicas podem oferecer um modelo de contrato pr\u00f3prio<\/b> e impor que o cons\u00f3rcio siga suas leis, limitando a liberdade das empresas.<\/span><\/p>\nNegocia\u00e7\u00f5es<\/span><\/h2>\nGeralmente, antes de se formalizar um contrato de cons\u00f3rcio, <\/span>h\u00e1 uma fase pr\u00e9-contratual em que se verificam as regulamenta\u00e7\u00f5es de cada pa\u00eds<\/b>, assim como deixa-se claro o objetivo da associa\u00e7\u00e3o. Isto ocorre por meio de <\/span>cartas de inten\u00e7\u00e3o<\/b>, <\/span>memorandos de entendimento<\/b> e <\/span>acordos de confidencialidade<\/b>.<\/span><\/p>\nA defini\u00e7\u00e3o e formaliza\u00e7\u00e3o das cl\u00e1usulas do contrato <\/span>dependem do tipo de financiamento, seja ele p\u00fablico ou privado, que o cons\u00f3rcio receber\u00e1<\/b>. A <\/span>entidade financiadora do projeto pode escolher a estrutura do contrato<\/b> e, no decorrer das atividades, pode firmar outros subcontratos com cada uma das empresas membros da associa\u00e7\u00e3o.<\/span><\/p>\nDessa forma, nos contratos de cons\u00f3rcios geralmente <\/span>h\u00e1 cl\u00e1usulas sobre os objetivos, a manuten\u00e7\u00e3o do sigilo e a dura\u00e7\u00e3o do acordo<\/b>. H\u00e1 tamb\u00e9m um <\/span>detalhamento sobre a coordena\u00e7\u00e3o do projeto e a distribui\u00e7\u00e3o das fun\u00e7\u00f5es de seus membros, al\u00e9m de um or\u00e7amento<\/b> para a realiza\u00e7\u00e3o do objetivo do cons\u00f3rcio.<\/span><\/p>\nCaso o cons\u00f3rcio seja bem sucedido, <\/span>a fase seguinte de execu\u00e7\u00e3o e comercializa\u00e7\u00e3o dos frutos do acordo tamb\u00e9m \u00e9 regulada<\/b>, assinando <\/span>contratos de licen\u00e7a<\/b> ou, por exemplo, cedendo franquias. <\/span>Essa parte ser\u00e1 bem importante no cen\u00e1rio internacional<\/b>, pois ir\u00e1 definir a <\/span>distribui\u00e7\u00e3o dos royalties<\/b> \u00e0s empresas membro e tamb\u00e9m <\/span>proteger\u00e1 o cons\u00f3rcio em casos de desrespeito aos direitos de propriedade intelectual<\/b>.<\/span><\/p>\nResolu\u00e7\u00f5es de conflitos<\/span><\/h2>\nO cons\u00f3rcio se provou uma op\u00e7\u00e3o vi\u00e1vel e flex\u00edvel, contando com muitos benef\u00edcios. Contudo, <\/span>os riscos dessa opera\u00e7\u00e3o n\u00e3o devem ser ignorados<\/b>. Como visto, a <\/span>internacionalidade do contrato pode provocar conflitos advindos das mais diversas naturezas<\/b>. Um exemplo \u00e9 a <\/span>incerteza quanto \u00e0 regulamenta\u00e7\u00e3o<\/b> a qual o cons\u00f3rcio est\u00e1 submetido.<\/span><\/p>\nNos contratos firmados <\/span>deve haver cl\u00e1usulas sobre a resolu\u00e7\u00e3o de eventuais conflitos e lit\u00edgios<\/b>, que s\u00e3o de grande import\u00e2ncia para que <\/span>a realiza\u00e7\u00e3o do cons\u00f3rcio ocorra de maneira juridicamente segura<\/b>. Para fazer esta regula\u00e7\u00e3o, as empresas consorciadas podem <\/span>escolher tribunais de determinado pa\u00eds<\/b> onde um dos membros reside, ou tamb\u00e9m escolher uma forma complementar de prote\u00e7\u00e3o, como <\/span>a media\u00e7\u00e3o ou a arbitragem<\/b> feitas por uma terceira entidade.<\/span><\/p>\n\u00c9 comum que os contratos firmados sejam baseados em modelos pr\u00e9-definidos<\/b>. O modelo de contrato de cons\u00f3rcio elaborado pelo <\/span>Grupo de Trabalho de Projetos Colaborativos das Universidades RedOTRI<\/b>, por exemplo, tem sugest\u00f5es de <\/span>formas de resolu\u00e7\u00e3o de conflitos<\/b> na cl\u00e1usula 24.<\/span><\/p>\nNo modelo mencionado, <\/span>\u00e9 prefer\u00edvel que os membros em conflito se resolvam amigavelmente<\/b>. No entanto, <\/span>caso n\u00e3o seja poss\u00edvel<\/b> um acordo entre as partes, o contrato sugere que <\/span>as empresas conflitantes renunciem aos foros que as representam e se submetam a um terceiro foro imparcial<\/b>.<\/span><\/p>\nOs modelos de contrato <\/span>geralmente buscam solu\u00e7\u00f5es amig\u00e1veis para os conflitos<\/b>. No entanto, <\/span>esta n\u00e3o \u00e9 a \u00fanica sa\u00edda para impasses dentro dos cons\u00f3rcios<\/b>. O <\/span>Acordo de Cons\u00f3rcio Modelo DESCA 2020<\/b>, por exemplo \u2013 na se\u00e7\u00e3o 11.8, chamada de Solu\u00e7\u00e3o de controv\u00e9rsias \u2013, sugere a <\/span>media\u00e7\u00e3o ou a arbitragem<\/b>. Essas a\u00e7\u00f5es podem ser realizadas nos <\/span>Tribunais de Media\u00e7\u00e3o e Arbitragem da Organiza\u00e7\u00e3o Mundial de Propriedade Intelectual (WOMI)<\/b> ou na<\/span> C\u00e2mara de Com\u00e9rcio Internacional (ICC)<\/b>, assim como em qualquer tribunal escolhido pelos membros do cons\u00f3rcio.<\/span><\/p>\nRegulamento \u201cRoma I\u201d<\/span><\/h2>\n\u00c9 de grande import\u00e2ncia que as empresas mantenham sua autonomia dentro do cons\u00f3rcio<\/b>, especialmente quando se trata de um cons\u00f3rcio internacional. Segundo o modelo do <\/span>artigo 81\u00b0 do Tratado Operacional da Uni\u00e3o Europeia<\/b>, o <\/span>Regulamento (CE) n\u00ba 593\/2008<\/b> \u2013 tamb\u00e9m conhecido como <\/span>Regulamento \u201cRoma I\u201d<\/b> \u2013 possibilita \u00e0s empresas <\/span>incorporar as legisla\u00e7\u00f5es que julgarem convenientes de seus respectivos pa\u00edses<\/b> como cl\u00e1usulas do acordo de cons\u00f3rcio, assim como torn\u00e1-las normas reguladoras do contrato.<\/span><\/p>\nSobre essa escolha de leis nacionais para regulamenta\u00e7\u00e3o dos cons\u00f3rcios internacionais, <\/span>o artigo 3\u00b0 do Regulamento \u201cRoma I\u201d permite que os s\u00f3cios separem as normas do contrato e as sujeitem a diferentes legisla\u00e7\u00f5es<\/b>, sem que a coer\u00eancia interna seja perdida. No entanto, <\/span>o artigo 3\u00b0 s\u00f3 se refere \u00e0s leis estatais, n\u00e3o aos costumes e pr\u00e1ticas comuns utilizados nos contratos<\/b>.\u00a0<\/span><\/p>\nDessa forma, <\/span>os membros do cons\u00f3rcio n\u00e3o poderiam, por exemplo, se utilizar de uma legisla\u00e7\u00e3o n\u00e3o estatal, como a Lex Mercatoria<\/b>. Moreno explica que este fato <\/span>